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  • Petronella Maria Boonen

Habilidades e Ferramentas para Facilitadoras e Facilitadores de Justiça Restaurativa



Terminou a mais novo processo de formação em Justiça Restaurativa. Foi uma experiência inédita na sede do CDHEP ao longo de quarto dias, com facilitadores experientes de norte a sul do Brasil. Textos de novas fontes, vivências e exercícios e reflexões em grupo aprofundaram temas como – desafios e grandeza de ser facilitador, padrões mentais, escutar, observar, integrar, marcadores sociais, resistências e desistências do processo restaurativo e o eu verdadeiro.


O objetivo era oferecer um processo de formação para permitir a facilitadores de justiça restaurativa maior consciência de si e de causas e mecanismos da reprodução da violência pessoal e estrutural. Assim, têm uma maior segurança para se implicar na realização das práticas e estabelecer conexões que facilitem a utilização de ferramentas para interromper o circuito da violência, reparar danos e prevenir injustiças e agressões futuras.


No encerramento, France Santos da Cruz do Tribunal de Justiça de Belém, PA avaliou que sua expectativa foi atingida, a mochila carregada para fazer o trabalhe no Pará, para o qual ela precisa de um Eu bom sábio e poderoso que estava um pouco adormecido. Daniela Fusaro do Rio de Janeiro, formada em artes cênicas, avaliou que esses dias formaram uma curva dramática de vínculos com cada um dos participantes. Houve uma troca rara de aberturas, delicadezas e aprendizados, além do esperado.


A proposta da formação nasceu a partir de duas demandas percebidas ao longo do acompanhamento de procedimentos restaurativos: a dificuldades de acessar e nomear a dor, o sofrimento, às vezes sob o pretexto de não revitimizar a/s vítima/s. Muitas vezes, contudo, a inconsciência em relação a padrões mentais que nos dirigem e que facilmente são transferidos sob uma forma de julgamento e imposição de culpa impedem o facilitador oferecer, aos envolvidos em procedimentos restaurativos, uma elaboração mais refinada de sua situação.


Outra demanda é a necessidade de colocar o conflito ou a violência tematizada dentro de seu contexto sócio – político, antropológico e ambiental para identificar possíveis causas, inicialmente invisíveis, que sustentam a situação problemática.




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