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Cesta de Cidadania: Um Novo Caminho para a Transformação Social

Em meados da década de 1990, o Jardim Ângela, localizado na zona sul de São Paulo, figurava nas manchetes internacionais como o bairro mais violento do mundo. Este título, conferido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1996, destacou uma realidade sombria: conhecido como parte do triângulo da morte, juntamente com Jardim São Luís e Capão Redondo, a região chegou a registrar 120 homicídios por 100 mil habitantes, com as vítimas predominantemente jovens entre 15 e 25 anos. Esse cenário de violência extrema, muitas vezes invisibilizado pelas autoridades e pela mídia, contrastava brutalmente com as preocupações demonstradas em áreas mais nobres da cidade.


Diante desse quadro desolador, a sociedade civil do Jardim Ângela decidiu não se render ao medo e à desesperança. Movidos por uma postura ativa e solidária, os moradores organizaram a 1ª Caminhada pela Vida e pela Paz em 1996, um ato simbólico e de resistência contra a violência. No ano seguinte, em 1997, surgiu o Fórum em Defesa da Vida, uma rede intersetorial, inter-religiosa e democrática de organizações comprometidas com a promoção da cidadania plena através da redução da violência e do enfrentamento das vulnerabilidades locais.


O Fórum em Defesa da Vida tem como objetivo norteador a promoção de ações baseadas nos princípios da cultura de paz, visando a superação das injustiças sociais e das violências cotidianas. Ao longo de mais de duas décadas, essa rede tem mobilizado e articulado mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, estabelecendo um diálogo contínuo com forças de segurança e autoridades governamentais. Entre suas conquistas notáveis, destacam-se a implantação de bases comunitárias e uma Companhia da Polícia Militar, a construção de equipamentos públicos como centros de integração e um hospital municipal, além da criação de diversos projetos sociais focados na defesa dos direitos das mulheres, crianças e adolescentes.


A trajetória do Fórum é marcada por um contínuo esforço de articulação e colaboração, promovendo debates públicos e participando ativamente de manifestações e tribunais populares. Essas ações têm gerado impactos significativos, como a instauração de ações civis públicas que responsabilizam o Estado por omissões em setores fundamentais como segurança, justiça, educação e saúde.


Nestes 29 anos de atuação, o Fórum em Defesa da Vida não só sobreviveu, mas prosperou, adaptando-se às mudanças sociais e políticas, sempre com o objetivo de proteger e valorizar a vida dos jovens das periferias da zona sul de São Paulo.


Os integrantes do Fórum estão comprometidos com a superação da violência e a promoção de uma cidadania plena. O objetivo é incentivar, criar e desenvolver ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica.





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