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Manifesto de Apoio ao Ouvidor de Polícia: Defendendo a Vida, a Justiça e a História


Hoje, levantamos nossas vozes não apenas em solidariedade ao Ouvidor de Polícia, Claudinho Silva, que vem enfrentando ameaças a sua vida, mas também para relembrar a importância histórica da criação da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo. Esta instituição, a primeira a ser criada no país, é um marco significativo na busca por um sistema de segurança pública comprometida com o Estado Democrático e de Direito e que respeite a constituição vigente de nosso país.


Criada em 1995, a Ouvidoria foi fruto da luta dos movimentos sociais e em defesa dos Direitos Humanos que reivindicavam a necessidade urgente de que o Estado garantisse a criação de um órgão independente que fiscalizasse, a partir da sociedade civil, as atividades policiais, assegurando que os direitos dos cidadãos fossem minimamente garantidos. Foi assim que a Ouvidoria das Polícias ganhou vida, possibilitando uma maior participação popular na supervisão e acompanhamento das forças de segurança de São Paulo.

Desde sua criação, a Ouvidoria tem sido uma voz corajosa que possibilita aos cidadãos apontar os desmandos e violações cometidas pelas forças policiais. Ela representa um canal seguro onde os abusos, injustiças e excessos são relatados, favorecendo que a atuação policial seja pautada pelos princípios democráticos e pela defesa inabalável dos Direitos Humanos.


Agora, enquanto observamos no Estado um aumento significativo da letalidade policial, devemos lembrar do caminho percorrido até aqui. Os que nos antecederam, lutaram para estabelecer uma estrutura que trouxesse luz ao que antes era obscuro, justiça à política de morte do Estado de São Paulo e dignidade a cada vida presente em nossas quebradas. E hoje, mais do que nunca, é nossa responsabilidade proteger e defender essa conquista.

Ao apoiar o Claudinho Silva, Ouvidor de Polícia, liderança popular, preta, comunitária e periférica, reafirmamos nosso compromisso com a concepção que suscitou a criação da Ouvidoria. Honramos todos aqueles que se engajaram nessa causa e estamos unidos para assegurar que as ameaças covardes contra a integridade do nosso Ouvidor não diminuam sua coragem nem sua valorosa missão. Às forças engajadas com a manutenção da política genocida que ceifam a vida de nossos jovens, damos o recado, Claudinho não está só e não permitiremos que seja intimidado.


Dessa forma, não apenas endossamos a defesa do nosso Ouvidor de Polícia, mas também damos continuidade à tradição da luta histórica do Fórum em Defesa da Vida, por uma sociedade menos desigual, onde a população tenha minimamente seus direitos respeitados e protegidos.


Estamos aqui para lembrar que mais antigo do que o racismo genocida estrutural presente em nossa sociedade, é nossa resistência continuada, histórica e perseverante. Estamos aqui, vivos, em luta nas ruas, nos becos e vielas, nesse contínuo processo de aquilombamento e resistência. Somos muitos e em hipótese alguma, seremos silenciados!


Baixe a carta:


Fórum em Defesa da Vida

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