
Há mais de 40 anos em defesa dos Direitos Humanos
Nossa História
O CDHEP – Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo originou-se da Comissão Pastoral de Direitos Humanos da Região Episcopal de Itapecerica da Serra, da Arquidiocese de São Paulo, constituída no dia 27 de abril 1981. A sua origem, porém, remonta a segunda metade da década de setenta, quando a Arquidiocese de São Paulo começou a enfrentar e organizar a defesa dos Direitos Humanos violados sistematicamente pela Ditadura Militar.
A Igreja, a partir das Comunidades Eclesiais de Base, passou a se constituir em lugar de resistência e organização para a luta contra as diversas violações de Direitos Humanos, principalmente por parte da ditadura militar. Até 1989 funcionou enquanto Comissão Pastoral de Direitos Humanos. Em abril de 1989 a Comissão Pastoral de Direitos Humanos foi transformada em Organização Não Governamental – ONG – e passou a chamar-se Centro de Defesa de Direitos Humanos de Campo Limpo – CDDH/CL, pela necessidade de se constituir juridicamente para responder aos grandes desafios colocados para a defesa e luta pelos direitos na periferia da cidade de São Paulo, na nova conjuntura de redemocratização do país. No dia 06 de abril de 1993 procedeu-se nova alteração no seu nome, passando a denominar-se Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo – CDHEP/CL.
Incorporou assim, no seu nome, duas dimensões importantes já presentes na prática do CDHEP junto às lideranças, comunidades e movimentos populares: a luta por Direitos e a Educação Popular. Se no início a atuação do CDHEP foi marcada pela necessidade de defesa dos Direitos Humanos violados pela ditadura militar, a partir da segunda metade da década de 80 o desafio passou, progressivamente, a ser a luta para conquistar novos Direitos Humanos. Por outro lado a atuação da instituição junto aos movimentos sociais e comunidades, apoiando a sua organização e fortalecendo a sua luta, sempre foi realizada a partir da Educação Popular, inspirada em Paulo Freire, como uma ferramenta e um jeito de fazer, fortalecendo a autonomia e o protagonismo dos movimentos, comunidades e suas lideranças, enquanto sujeitos da sua luta e da sua história.
Atento à realidade brasileira e aos desafios locais e nacionais, o CDHEP buscou ao longo das mais de três décadas, sempre atualizar a sua missão e a sua presença no território da periferia da região sul da cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo e em ações de caráter nacional. Ao longo destes anos a atuação deu-se em torno a três eixos principais: Direitos Humanos, Educação Popular e Justiça Restaurativa. Dentro destes eixos, participou de inúmeras iniciativas, junto com outros parceiros, e desencadeou muitos processos e desenvolveu muitas atividades.
Dentre as questões trabalhadas pelo CDHEP destacam-se o enfrentamento da violência, especialmente contra a juventude pobre e negra; a demanda por orientação e assessoria jurídica pelas lideranças e comunidades frente à violação dos direitos; o fortalecimento da organização e articulação dos movimentos populares na região, com destaque para os movimentos de moradia na década de 80 e noventa; a luta pela responsabilização frente as graves violações aos Direitos Humanos, principalmente por parte de agentes públicos e outros agentes criminosos; a formação e capacitação de lideranças de comunidades, movimentos sociais e gestores públicos; o fortalecimento para o controle social e a participação para garantia de direitos, entre outros.
Entre as iniciativas mais importantes que o CDHEP realizou ou participou encontram-se:
a) Desenvolvimento de atividades formativas, como por exemplo, os cursos de Orientadores Jurídico Populares, de Justiça Restaurativa, de Políticas Públicas e Escola de Lideranças;
b) Criação do Fórum em Defesa da Vida, juntamente com outros parceiros;
c) Acompanhamento e fortalecimento da Política Nacional e Estadual de Proteção à Vítimas Testemunhas;
d) Proposição, acompanhamento e exigência de diversas políticas públicas, inclusive propondo Ações Civis Públicas;
e) Assessoria e desenvolvimento de experiências diversas na temática da Justiça Restaurativa; entre outras.